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16 de Abril de 2024

Fui vítima de erro médico, como resolver?

há 4 anos

O erro médico é a conduta danosa causado por erro com culpa por parte do profissional da saúde.

Essa conduta pode ser dividida em três palavras, objetivando a melhor compreensão do conceito: negligência, imprudência e imperícia.

Aqui, é importante esclarecer: mesmo que o termo seja conhecido por esse nome, o erro médico não é causado unicamente por médicos.

É algo comum dos profissionais da área da saúde, como os técnicos de enfermagem, enfermeiros, os próprios médicos, dentistas e outros profissionais da área.

O erro médico é causado sem a incidência do dolo por parte do profissional da saúde.

Basicamente, isso significa que ele ocorre sem a intenção do médico ou outro profissional de ferir ou de errar no procedimento.

No entanto, a culpa se caracteriza pela ação ou omissão que, uma vez realizadas pelo médico, resultaram no erro médico em questão. Esse conceito pode ser mais bem compreendido se pensarmos em exemplos práticos em que ocorrem essas situações.

A negligência é caracterizada por uma omissão relevante. É a falta da ação que pode resultar em um dano ao paciente.

A negligência pode ocorrer quando o profissional da saúde deixa de atender ao paciente em uma hora de necessidade, por exemplo.

Outra oportunidade em que podemos visualizar a negligência é quando o profissional ignora os sintomas relatados pelo paciente, resultando na piora de suas condições de saúde.

A imprudência é ação que é realizada de forma imprudente, como o próprio nome pode denotar. É um comportamento feito com falta de cuidado, sem a cautela necessária.

Aqui, o agente entende o risco que aquela atividade pode acarretar; no entanto realmente acredita que seu ato não gerará consequências danosas ao outro.

Logo, no caso do erro médico, o profissional da saúde não imagina que aquela ação vai causar algum dano ao paciente, por mais que saiba que está agindo de forma imprudente.

a imperícia é provocada quando aquele profissional não é capacitado ou totalmente capacitado para aquela ação.

Pode-se visualizar a imperícia na seguinte situação: um médico ortopedista faz uma cirurgia bariátrica que deixou sequelas negativas ao paciente, em razão de um equívoco cometido pela equipe durante a operação.

O interessado em resolver o erro médico no poder judiciário pode pleitear danos morais, danos materiais ou danos estéticos, a depender da situação concreta.

Os danos estéticos são aqueles danos à aparência do paciente, que podem ficar de forma permanente ou não. Pode ocorrer, por exemplo, em uma cirurgia plástica que teve um resultado diverso do esperado.

Já os danos morais são devidos ao constrangimento, humilhação ou outra situação constrangedora que possa ter ocorrido no âmbito do atendimento médico.

Os danos materiais são devidos aos valores pagos por você para realizar aquele procedimento.

Também pode-se visualizar os danos materiais nas custas médicas custeadas pelo paciente referentes ao erro e a resolução deste por outro profissional da saúde.

Sobre a responsabilização por danos materiais, é de suma importância que você documente seus gastos.

Pode fazer isso guardando as notas fiscais ou as registrando em seu CPF, pois os registros poderão ser posteriormente resgatados nos sites da Secretaria da Fazenda de seu estado.

Essa documentação de gastos é necessária, uma vez que provará a dimensão do dano material que aquele erro médico significou em sua vida.

Com relação aos danos estéticos, é importante que você consiga provar no âmbito de um processo.

Uma boa forma de provar isso é com imagens do antes e depois da cirurgia. A foto com o resultado esperado/prometido pelo profissional pode ser outra forma de provar os danos estéticos.

Já os danos morais podem ser provados por meio da comprovação do nexo causal (relação de fato-consequência) entre o dano causado pelo erro médico e um sentimento de dano psicológico.

Como exemplos de dano moral estão o abalar da auto estima da vítima, o desenvolvimento de doenças psicológicas em decorrência do dano como depressão e ansiedade ou qualquer tipo de humilhação sofrida pela vítima em decorrência do erro médico, desde que identificado o nexo causal.

Uma boa forma de provar os danos morais pode ser por meio de testemunhas ou até mesmo recibos de pagamentos para tratamento de doenças psicológicas datadas após o erro médico, como gastos com psicólogos e psiquiatras, por exemplo.

Em casos de erro médico, não se esqueça de procurar um advogado.

Ele lhe auxiliará na resolução do seu problema da melhor forma possível – seja intermediando um acordo entre você e o profissional que cometeu aquele erro ou lhe representando judicialmente.

Texto publicado originalmente em: https://melloadvogados.com.br/erro-medico/

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/fui-vitima-de-erro-medico-como-resolver/860007705

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7 Comentários

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Salvo raras exceções estará sujeito e diante do corporativismo médico que se estende aos peritos também médicos .... continuar lendo

Salvo raríssimos casos é possível provar o erro; há uma série de fatores que podem mudar todo o cenário clínico. Como citado acima, por saber o quanto é tênue a linha que divide a correta decisão da equivocada, há muito corporativismo. Tudo isso aliado a precárias condições de trabalho (em alguns lugares privados inclusive) e a profissionais em alguns casos que emendam plantões de 12 ou 24h um no outro. Só pessoas muito precavidas que se resguardam e anotam e registram tudo de uma forma quase paranoica e dita mórbida (pois parece sempre estar esperando o pior) conseguem, talvez, em um evento desses provar alguma coisa. continuar lendo

O erro médico pode ser entendido quando o profissional da saúde erra no diagnostico. Ex. O paciente chega ao consultório médico com fortes dores no estômago e se contorcendo de dor. O médico faz o diagnóstico - ulcera, quando na verdade é apêndice. Além de imperícia, pode-Se dizer que o médico errou e, nesse caso hipotético, o paciente pode vir a óbito.
E o que dizer do médico que esquece uma tesoura, um bisturi ou coisas do tipo dentro do paciente. Como classificar: Erro médico? Negligência? Ou simplesmente descuido.
Contudo, apesar de haver incontáveis erros médicos, há algo que tem que ser levado em conta: O estado emocional do médico. Se ele estiver em um daqueles dias em que tudo deu errado desde o começo do dia ou se estiver com algum tipo de problema íntimo, há risco muito grande de ocorrência de algum erro
O problema fica ainda maior se o médico não saber separar os problemas íntimos dos problemas profissionais. Um não se confunde com o outro.
Mas, apesar disso, há de se levar em conta também que o médico é um ser humano também, sujeito às mesmas doenças que qualquer um pode ter. continuar lendo

Parabéns pelas excelentes considerações. continuar lendo

Boa tarde! Em agosto do ano passado, socorro minha mãe, uma idosa de 82 anos em certo hospital na região do ABC paulista e dois médicos diagnosticaram um infarto, pelos exames de sangue, só que nos pacientes diabéticos, as enzimas se alteram e podem gerar um diagnóstico errado, pois bem, transferiram minha mãe para o hospital Cristóvão da Gama, alegando que teria que se submeter a um cateterismo, na entrada desse segundo hospital, descartaram o infarto e a necessidade do cateterismo, a princípio, parecia que o hospital seria melhor para minha mãe, com o passar dos dias, ela foi melhorando e muito, por duas vezes nos deram informações de que ela iria para o quarto, saindo da UTI, na segunda vez, dia 18 de setembro, por volta das 16:30, uma médica intensivista veio até nós e disse que durante a madrugada tiraria minha mãe da ventilação mecânica e a levaria para o quarto, no dia seguinte sou chamado ao hospital e indo para lá, me imaginei levando ela para o quarto,mas o estado que encontrei minha mãe foi desesperador....ela teve parada cardiorrespiratória e afetou o cérebro, xinguei todo mundo e falei o que a médica me disse que faria na madrugada e não havia nada anotado no prontuário dela, chamei a família, um irmão mais novo que eu, não resistiu em ver minha mãe nesse estado e faleceu de parada cardíaca, 56 anos apenas, a médica ficou 50 dias longe do hospital, voltou e em dias semanas minha mãe faleceu também....sei que ouve negligência, imperícia, mas não sei o que fazer e como fazer.....e minha mãe entrou no hospital por uma infecção urinária e saiu em um caixão. continuar lendo

Realmente é uma situação muito triste a vivenciada por você e sua família.
Aconselho que busque o auxilio de um advogado. continuar lendo